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Ser ambientalista é defender as PCHs, e não o contrário!

Ideologia e senso comum de mais, experiência prática de menos.


Depois de mais de uma década envolvidos, como ambientalistas, no setor elétrico e nos estudos de viabilidade de empreendimentos hidrelétricos, elegemos os argumentos mais comuns (e capciosos) que ouvimos daqueles que criticam UHEs, PCHs e CGHs. Veja se você concorda ou já concordou com algum deles - e escolha o seu Cavaleiro do Apocalipse favorito:


O GENÉRICO

"A construção de hidrelétricas causa prejuízos irreversíveis ao meio ambiente.”


O FRASE PRONTA

“Estamos privatizando os rios (bens públicos) e tornando públicos os impactos socioambientais.”


O CONFUSO

“A geração de energia hidrelétrica não é limpa, renovável e sustentável


O MAL-INFORMADO

“Usinas hidrelétricas e preservação do patrimônio natural não são compatíveis


O ALMOÇO GRÁTIS

“A água e a energia elétrica não são mercadorias, são direitos de todos


Contra-argumentar, refutar e “lacrar” seria o caminho mais gostoso por aqui. Mas vamos além. Em vez de entrar em bola dividida com estes Cavaleiros do Apocalipse, preferimos discutir o tema para quem está disposto a pensar profundamente, eventualmente mudar de opinião e debater inteligentemente.


Nos tópicos seguintes buscamos defender a energia hídrica à luz das suas fragilidades reais e também da desinformação popular. Já passou da hora de levantarmos a bandeira das PCHs e CGHs, dos bons exemplos de empreendimentos, do sucesso dos negócios sustentáveis, do significado exato de sustentabilidade.


E por que esta discussão importa?


O terrorismo contra os aproveitamentos hidrelétricos não causa efeitos nocivos para as consultorias ambientais que fazem licenciamento ambiental de PCHs. Os “anti-PCHs” atrapalham a oferta de energia elétrica barata no Sistema Interligado Nacional (SIN) brasileiro e a produção de energia renovável, ou seja, do termo Desenvolvimento Sustentável não sobra nem “desenvolvimento” nem “sustentável”.


Outras fontes energéticas não são menos importantes. As fotovoltaicas, hoje, e as eólicas, ontem, nos mostraram que é possível melhor aproveitar os recursos naturais em prol do consumo energético mundial. As nucleares se tornaram a ovelha negra nas últimas décadas. A biomassa e o biogás têm crescido de forma fantástica. As térmicas também têm seu papel de relevância no setor. Contudo, nenhuma destas tecnologias nos dá o luxo de abrir mão de uma fonte energética tão importante como a hídrica.


A água pode ser “estocada” em reservatórios para que em períodos de escassez hídrica ainda haja produção energética. O Brasil ainda tem muito potencial hidrelétrico a disposição para ser explorado em favor de todos. A água não acaba com produção hidrelétrica. A água não corre pelo rio somente durante o dia (fotovoltaicas), ou depende de algum outro processo humano antes (biomassa e biogás).


É fácil de notar que fazer a água passar por uma turbina e voltar ao rio pode ser considerado um processo “limpo”. Ainda, tudo que envolve uma hidrelétrica pode ser feito de forma sustentável, e, melhor ainda, nós temos muita tecnologia nacional e expertise neste assunto.

Cachoeira e rio preservados na PCH Sacre II (MT) - 30 MW


Os temíveis Impactos Ambientais, Econômicos e Sociais


430 famílias foram deslocadas e reassentadas para construção da UHE Barra Grande (SC/RS) nos anos 2000. Sob o reservatório da UHE Balbina (AM) foram alagados mais de 2.000 km² de floresta nativa na década de 1980, sem supressão vegetal. Nos anos 60, o monumento natural Salto de Setes Quedas foi submergido pela Usina Hidrelétrica de Itaipu (PR). A construção da UHE Baixo Iguaçu (PR), mais recentemente, provocou uma enorme comoção social nas comunidades ribeirinhas diretamente afetadas.

Árvores centenárias alagadas pela represa da UHE Balbina (AM) - 112 MW


Interrupção na migração de peixes, alteração no transporte de sedimentos, danos ao patrimônio histórico, perda de habitats de fauna, alagamento de áreas produtivas, prejuízos à pesca local, etc. Como pode uma tipologia de empreendimento causar tudo isto e ainda ser considerada sustentável?


Perceba que a maior parte dos impactos que chamam nossa atenção se deram em grandes empreendimentos, muitas vezes há alguns anos atrás – quando havia menos meios de controle social e ambiental. Além disso, quase nenhum empreendimento hidrelétrico é capaz de causar sozinho todos estes impactos de forma significativa, a maior parte deles tem um ou outro impacto negativo relevante. Ainda, se toda ação humana tem impacto ambiental, a discussão deve se pautar em responder à questão: “esta PCH pode trazer benefícios superiores aos seus impactos negativos?”.


Vamos além. Quantas Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) são conhecidas? Quais são os cases de sucesso de usinas hidrelétricas? Os defensores das PCHs são capitalistas malvados que não estão nem aí para o meio ambiente? Não será possível construir uma barragem no rio de forma mais sustentável?


PCHs são sustentabilidade pura


Os potenciais hidrelétricos de menor porte estão localizadas em corpos hídricos que passam no fundo de uma ou duas propriedades rurais, aproveitam uma queda natural, alagam muito pouco ou quase nada, não demandam supressão vegetal de grande quantidade, afetam áreas na beira do rio (onde comumente são menos produtivas) ... Mais do que isso: para que o um projeto de pequeno porte saia do papel, se fazem necessários estudos técnicos ambientais longos e profundos. São estudos que levam em consideração toda situação atual local e os possíveis impactos futuros, nada pode passar desapercebido. São diversas licenças, órgãos, profissionais, horas e recursos necessários.


Depois de vivenciar quase uma centena de projetos diferentes, não conhecemos de perto um sequer que implicasse em reassentamento populacional. Em todos estes a supressão vegetal poderia ser compensada por recuperação ambiental equivalente ou superior. Nos rios ainda se manteve a vida aquática e a pesca não foi extinta. As áreas produtivas não perderam seu valor – e inclusive seus donos se tornaram sócios de alguns empreendimentos.


Na PCH Taguá, sob responsabilidade técnica da Delta S, já durante as obras estão sendo adotadas medidas em prol do meio ambiente. Neste caso, é a Mata Atlântica a grande beneficiária do empreendimento, de modo que a área de remanescentes florestais do bioma será maior com a instalação do empreendimento. Saiba mais detalhes na entrevista que concedemos para a Revista Modal.


Há quem diga que o senso comum é um preconceito coletivo. E ao longo dos anos, infelizmente, associar usinas hidrelétricas a críticas negativas tornou-se um paradigma: das grandes usinas às CGHs, só se falam dos maus exemplos.


Por isto, não se deixe levar pela desinformação. Os Cavaleiros do Apocalipse estão numa Cruzada que nem é tão ambiental assim... As hidrelétricas são a representação máxima de sustentabilidade, pois alinham os interesses sociais de consumo de energia elétrica à preservação ambiental.


Tem dúvidas? Fale com a gente e vamos visitar uns empreendimentos por aí!


PS.: como ninguém é de ferro, gostaríamos de responder ao Sr. “O GENÉRICO”.


“Meu caro, em 2011 foi realizada a desmobilização de duas hidrelétricas centenárias em Washington nos EUA. A remoção das barragens trouxe “à normalidade” o fluxo de sedimentos do rio e reestabeleceu as condições hidrodinâmicas naturais. Com os habitats recuperados, a biota aquática passou a se reestabelecer, assim como o balanço de massa dos sedimentos. Ora, mas o dano não era irreversível? Absolutamente, não – inclusive para espécies endêmicas de peixes.”

Confira no vídeo esse case: https://www.youtube.com/watch?v=VipVo8zPH0U


Até semana que vem.

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